Nesta época chuvosa do ano, a cigarrinha surge nos canaviais. A praga injeta toxinas na planta e prejudica a produção do açúcar, gerando prejuízos para o produtor. O combate pode ser feito inclusive de forma biológica. O método é feito através da aplicação do fungo Metarhizium Anisopliae, em algumas regiões chamado de fungo-verde. É produzido em laboratório da AFCP, coordenado pelo eng. químico Higo Marques, contando com a expertise da profissional em Biologia, Tânia Machado, ambos do Departamento Técnico da entidade
A partir deste mês, a Associação dos Fornecedores de Cana do Estado (AFCP), através do Departamento Técnico, inicia a distribuição gratuita do “fungo-verde” metarhizium anizopliae para todos os produtores sócios que estiverem enfrentando problemas com a cigarrinha nos canaviais. O fungo é produzido diariamente pelo laboratório específico do órgão para o controle biológico da praga, tendo inclusive um estoque suficiente para começar sua distribuição, e já pode ser solicitado em sua sede no Recife.
A quantidade do fungo entregue ao associado é proporcional à área informada de infestação da cigarrinha. O vice-presidente e diretor do Dep. Técnico da AFCP, Paulo Giovanni Tapety explica que existem técnicos à disposição para levantamento populacional e recomendações para sua aplicação. O pedido do sócio entra na programação de distribuição e o produtor levará o fungo no dia programado. É preciso levar um recipiente para manutenção térmica (ex. isopor com gelo) com capacidade de armazenar e acondicionar o produto até a propriedade.
Segundo o agrônomo da Cooperativa dos Fornecedores de Cana (Coaf),
Geraldo Barros, baseado em informações da Agência Embrapa, deve ser garantida a dose mínima de 200 gramas por hectare de esporos do fungo. Conforme aponta, a aplicação atinge as ninfas e adultos da cigarrinha da folha, que deve ser feita com o uso de 250 litros de água por hectare. O laboratório da AFCP faz a inoculação de 100 kg diários e após 15 dias de germinação já está pronto para atender a necessidade dos associados.
Desse modo, segundo alerta Tapety, é importante fazer a observação nos canaviais, principalmente nas áreas mais úmidas. Nestas áreas de várzeas é onde ocorre as maiores incidências da cigarrinha. “Não deixe de usar adesivo na calda neste período chuvoso, para uma melhor fixação dos esporos. Lembrar também que após a lavagem do arroz para retirada do fungo é importante fazer a distribuição deste meio de cultura, jogado a lanço dentro do canavial”, explica o vice-presidente.
Outras condições indispensáveis para o sucesso no aproveitamento da aplicação do fungo, conforme acrescenta Barros com base nos dados da Agência Embrapa de Informação Tecnológica (Ageitec), é a umidade elevada seguida de veranico e a temperatura de 25°C a 27°C. Além disso, que a aplicação ocorra à tarde ou à noite.
“Após um longo período de seca, as chuvas voltaram e observo o surgimento da cigarrinha na área canavieira de Pernambuco. Portanto, o associado deve começar o combate biológico o mais breve, o mesmo não terá custo para adquirir o produto que é recomendado para controle da praga sem agredir o meio ambiente”, diz Ricardo Moura, agrônomo do Departamento Técnico da AFCP.
Características da Cigarrinha da folha
O macho tem coloração marrom-avermelhada e apresenta duas manchas vermelhas na ponta das asas. Já a fêmea, detalha a Ageitec, é mais escura e põe ovos nos tecidos da planta, como na bainha, por exemplo. As ninfas, por sua vez, ficam envoltas por uma espuma branca, como a da cigarrinha-da-raiz, mas ficam alojadas na bainha das folhas.
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