Enquanto deputados atrasam a votação de projeto que poderia reduzir o preço do etanol, já aprovado pelo Senado, consumidor continua pagando mais caro. Votação é adiada pela 3ª vez na Comissão de Minas e Energia
Nesta quarta-feira (6), pela terceira semana consecutiva, a Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal prorroga a votação final do Projeto de Decreto Legislativo (PDC 978/18) sobre a não exclusividade da venda de etanol por distribuidoras. Apesar de a maioria dos deputados presentes votar contra o pedido de prorrogação da deliberação desta matéria por 10 sessões, parlamentares opositores à venda do etanol por usinas conseguiram manobras adiando o pleito para o próximo dia 20.
“Enquanto isso ocorre, ficam prejudicados os consumidores, visto que o etanol continua mais caro para o usuário diante da soma dos custos logísticos do transporte do etanol das usinas para os centros das distribuidoras e depois para o posto de combustível, além da margem de lucro dos distribuidores”, critica Alexandre Andrade Lima, presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana). Perde ainda toda cadeira produtiva do etanol, impedida de vender o seu combustível.
Lima, que estava outra vez presente na sessão da comissão, juntamente com o diretor da Feplana, Bráulio Buarque, e os presidentes do Sindaçúcar-PE (Renato Cunha) e do Sindaçúcar-AL (Pedro Robério), garante que o fim da exclusividade da venda de etanol pelas distribuidoras conta com o apoio da maioria dos deputados desse colegiado na Câmara. “Temendo a aprovação do voto em separado do deputado Elias Vaz em favor da venda direta, os opositores tentaram aprovar, sem sucesso, um pedido para retardar a votação por mais 10 sessões. Perderam por 17 x 12”, diz o dirigente da Feplana. Ainda assim, a votação ficou para o dia 20.
A previsão é de que antes da votação seja realizada uma reunião sobre o tema com o Ministério da Economia e a Agência Nacional do Petróleo (ANP). A Feplana, por sua vez, estranhou a posição do governo durante a votação de hoje na comissão de Minas e Energia, orientando os parlamentares contra votação da matéria; “É uma posição contrária a posta por Bolsonaro, há alguns meses, em defesa da venda direta do etanol. Ano passado, ainda quando era deputado, o presidente votou inclusive favorável pela votação urgente em plenário deste PDC 978, não sendo aprovado na ocasião”, relembra o presidente da Feplana.
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