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Feplana pede preço mínimo da cana para reduzir crise do agricultor

Em plena safra, o setor sucroenegético enfrenta uma crise imensa diante da combinação da paralisação do mercado de combustíveis por conta da pandemia da covid-19 e do impacto da ampla queda no preço do petróleo

Sem medidas governamentais, como a isenção do PIS/Confins do etanol, aumento do Cide da gasolina e financiamento para estocagem de etanol, a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) diz que poderá haver a paralisação de usinas em plena safra no Centro-Sul do Brasil. Por esta razão, o setor sucroenergético pede a implantação urgente. Se isso, o impacto recairá sobre toda essa cadeia produtiva, sobretudo para sua base, a exemplo dos agricultores. Eles terão uma menor concorrência e oferta das usinas para fornecimento da cana, depreciando ainda mais o valor da matéria-prima. A fim de amenizar parte desse prejuízo, a Feplana volta a defender a inclusão da cana na Política de Garantia de Preço Mínimo (PGPM), já implantada em outras culturas agrícolas à nível federal

“Se o governo não fizer algo urgente, a expectativa é que a coisa piore. O preço mensal da cana definido pelos conselhos estaduais formados pelos usineiros e canavieiros (Cosecanas) devem cair significativamente. Em Pernambuco, por exemplo, caiu em 8,5% no mês de abril, somente com a captura da queda do preço do etanol hidratado. Em maio, a previsão é de uma redução ainda maior, pois será levado em conta também o etanol anidro, o que é misturado na gasolina, mas também vem caindo bastante diante da paralisia dos mercados frente à pandemia e à concorrência com a gasolina desvalorizada. A previsão de queda no valor do açúcar também é certa, o que ampliará o impacto na cana. O canavieiro do Centro-Sul vai sentir a consequência mais rápido porque a safra está começando e deve ter usinas parando”, fala Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana.

A entidade canavieira, que representa 60 mil fornecedores independentes de cana para as usinas em todo o Brasil, defende uma rápida resposta do governo federal ao pleito do setor sucroenergético (isenção do PIS/Confins do etanol, aumento do Cide da gasolina e financiamento para estocagem de etanol) a fim de tentar evitar a quebradeira do setor. A Feplana aproveita para voltar a defender a PGPM da cana-de-açúcar. Entende que é uma medida voltada ao segmento dos agricultores que sentirão ainda mais os impactos dessa crise descomunal.  

Na última semana, em videoconferência com os presidentes de Câmaras Setoriais Produtivas do Ministério da Agricultura, vários deles já traziam o pleito do reajuste no valor da PGPM existentes para o conjunto de culturas agrícolas, a exemplo do milho, soja, algodão e tantas outras, conforme revela Alexandre, que também preside a Câmara da Cana e Derivados. “Desse modo, nada mais que justo e necessário que a cana passe a ter a sua PGPM também”, realça Andrade Lima. Ele já busca o apoio primeiro no setor sucroenergético para ir atrás da implantação no governo federal.   

Bel Coutinho

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