Nossa história

A Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) foi fundada em 18 de abril de 1944. A entidade tem 76 anos de existência. Ao longo desse tempo, desde a sua criação, vem defendendo os interesses dos produtores de cana de açúcar do estado. 

A Entidade nasceu com o objetivo de substituir o Sindicato dos Plantadores de Cana de Pernambuco. A primeira missão foi a de representar os produtores rurais junto ao então recém-criado Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA). O primeiro presidente foi Manoel Netto Carneiro Campelo Júnior, no comando até 1946. 

A AFCP funcionou no Edifício Sulacap, no centro do Recife, durante quase duas décadas, em sala cedida pela Sociedade Auxiliadora da Agricultura. Com o passar do tempo, foi se firmando através do trabalho dinâmico de suas diretorias, sobretudo, no início da década de 1970, período de grandes revoluções no campo.

O Bancoplan, banco próprio dos plantadores de cana, foi estimulado pela Associação, o qual se tornou um forte agente financiador de créditos para os produtores investirem nas atividades canavieiras. Destaca-se a participação de Luiz Gonzaga Xavier de Andrade, Fausto da Silva Pontual Júnior e Francisco Alberto Moreira Falcão. 

A Associação conquistou sede própria, localizada na Rua do Imperador, duas décadas após sua fundação, na gestão de Francisco Falcão, que tempo depois adquiriu outro imóvel mesma rua. A inauguração contou com a presença do então senador José Ermírio de Moraes, ex-ministro da Agricultura e conceituado industrial. 

Francisco Falcão, que permaneceu por vários mandatos à frente da AFCP, mantinha à época, uma coluna no Jornal do Commercio, às quartas-feiras. Ele divulgava todas as atividades desenvolvidas pela Entidade, sobretudo, aquelas realizadas junto às altas autoridades, fato que despertava a concorrência para adquirir o periódico. 

Para exercer uma fiscalização nos preços negociados com a venda e estocagem do açúcar, transação que dependia da Cooperativa dos usineiros, a Associação, na qual crescia o prestígio, adquiriu o controle acionário da Usina Barão de Suassuna. José Porfírio e Clóvis Monteiro compraram mais de 50% das ações posteriormente, e as demais foram adquiridas na presidência de Fernando Rabelo. 

A atual sede da AFCP, localizada na Av. Mascarenhas de Morais, no bairro recifense da Imbiribeira, próximo ao aeroporto, foi conquistada na gestão de Antônio Celso Cavalcanti de Andrade. Prédio amplo, com grande auditório, salas da diretoria e de diversos departamentos, salão para eventos e dependência para Sociedade Auxiliadora da Agricultura, com todo seu acervo. 

A paralisação conjunta realizada com as associações de fornecedores de Alagoas, Sergipe e Paraíba, em meados da década de 1970, é um marco na história da AFCP. A mobilização, que parou o tráfego entre Pernambuco e Alagoas, foi acompanhada por tangues de guerras e helicópteros do Exército. A ação resultou no reajuste significativo do preço da cana no Nordeste. 

O ‘tratoraço’ foi outro evento de destaque na história da Associação. Em 1999, cerca de 400 tratores e caminhões saíram da AFCP em direção ao Palácio do Campo das Princesas contra o atraso do repasse do pagamento da Equalização dos Custos da Cana. Foi solicitada a intervenção do então governador Jarbas Vasconcelos. 

Já no novo milênio, exatamente em 2008, todos os fornecedores de cana do nordeste, reunidos na sede da AFCP, pela primeira vez na sua história, sob a presidência de Alexandre Andrade Lima, planejaram reivindicar a implantação do Programa Equalizador Pago ao Produtor (PEPRO), através de protesto em frente ao Palácio do Governo, período correspondente à visita do Presidente Lula no estado. 

Entretanto, ao tomar conhecimento da mobilização, os ministros da Casa Civil, Dilma Roussef, Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Kassel, que acompanharam a comitiva presidencial, foram até a sede da AFCP para anunciar medidas de valorização do preço da cana e do setor. 

Cerca de 2 mil plantadores, lotando o auditório da Associação, presenciaram a então ministra da Casa Civil, Dilma, hoje atual presidente do Brasil, anunciar o envio de uma Medida Provisória para permitir a liberação de subvenção econômica, no valor de R$ 5 por tonelada de cana, até 10 mil toneladas, por produtor, na safra 2008/2009. A promessa foi realizada no final daquele mesmo ano. 

A ampliação da inserção dos produtores de cana com receita anual de R$ 220 mil, no Programa Nacional de Fortalecimento Familiar (Pronaf) também foi anunciado. O limite de renda era antes de até R$ 110 mil. Outra ação anunciada foi a autorização de leilões de açúcar, permitindo a compra pela Conab. Esta ação foi exaustivamente defendida pelo então Ministro José Múcio Monteiro, profundo conhecedor do setor. 

Em 2010, ainda no seu primeiro mandato na presidência da AFCP, Alexandre Andrade Lima, já havia criado a Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana (Coaf). A unidade visava (como conseguiu) comercializar insumos e demais materiais para os canaviais a preços diferenciados, barateando seu valor para o cooperado e ajudando a balizar este mercado.  

No ano seguinte, em 2011, o protagonismo de sua gestão, fez Alexandre ser eleito por unanimidade na Presidência da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), entidade que agrega todas as associações e sindicatos de plantadores de cana na região, permanecendo no comando da entidade por três mandatos consecutivos, sempre eleito por unanimidade.

Em 2012, a AFCP, em conjunto com sua cooperativa (Coaf), lança a primeira Feira Nordestina dos Produtores de Cana (Norcana), evento que se tornou tradicional no setor canavieiro regional e que continua até os dias de hoje. A partir de 2018, passou a integrar a programação da Agrinordeste, maior feira agropecuária indor da região, realizada no Centro de Convenções do Recife.

Em 2013, no mesmo dia em que a presidente do Brasil (Dilma Rousseff) inaugurava a Arena PE para a Copa do Mundo de Futebol no país, a mandatária visitava a AFCP para anunciar a subvenção de R$ 125 milhões para os canavieiros nordestinos prejudicados pela maior seca dos últimos 50 anos na região. A subvenção foi uma conquista da luta política prioritária da Unida. O programa de subvenção federal continuou inclusive por alguns anos seguidos.

A fim de buscar saídas para a manutenção do setor canavieiro, sobretudo para os pequenos e médios produtores, a AFCP, em conjunto com o Sindicape, mesmo diante da seca, inovam e arrendam em 2014 a usina Pumaty, em Joaquim Nabuco/PE, que estava fechada diante da crise estrutural sobre o segmento em todo o Brasil. A iniciativa pioneira reativou a unidade fabril e permitiu que os canavieiros tivessem como produzir e comercializar a sua produção.

Em 2015, o projeto de cooperativismo do setor canavieiro no segmento industrial avança em Pernambuco. A Coaf cria a sua primeira filial para arrendar, reativar e gerir a antiga usina Cruangi, em Timbaúba/PE, fechada pela crise aguda no setor sucroenergético nacional. A iniciativa continua em pleno avanço até os dias atuais, agregando valor à cana do cooperado, tanto é que quatro safra depois a unidade já estava pagando o maior valor pela cana no Brasil.  

O bom desempenho político e administrativo de Alexandre à frente da AFCP, Coaf e da Unida creditam o dirigente para ser indicado e eleito por unanimidade na Presidência da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), em 2016, cargo que já está no segundo mandato.

Em 2017, o setor canavieiro enfrenta mais um ano de seca, agravando a situação, o que exigiu da AFCP, da Unida e da Feplana muitas articulações em buscas de medidas governamentais junto ao presidente do Brasil (Temer) e seus ministros para amenizar os efeitos negativos no segmento sucroenergético.

No ano de 2018, unidos em torno de um projeto de Nação com a atenção à família tradicional, ao homem do campo e ao setor agropecuário, o setor canavieiro brasileiro, sob a liderança da Feplana, encabeça a luta política pela eleição do então atual presidente Bolsonaro, com o lema: Brasil acima de tudo. Deus acima de todos.  

Em 2019, em sessão solene, a AFCP é homenageada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco pelos 75 anos de fundação da entidade canavieira do estado, que é uma das mais antigas do Brasil em defesa desse relevante segmento socioeconômico. No mesmo ano, o presidente da AFCP (Alexandre Andrade Lima) é indicado e nomeado presidente da Câmara Setorial do Açúcar e derivados do Ministério da Agricultura do Brasil, sendo reeleito no ano seguinte.

Em 2020, a Coaf passa a integrar a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB Nacional) depois que o presidente da AFCP e da Coaf, Alexandre Andrade Lima, é eleito por unanimidade presidente do ConselhoAgro da OCB de Pernambuco.

No mesmo ano, a direção da AFCP, sob o comando de Alexandre, conseguiu realizar uma promessa antiga de reduzir a taxa associativa da entidade. Quase meio milhão de reais foram devolvidos aos sócios da entidade, estimulando a associação inclusive de grandes produtores de cana.  No mesmo período, os pequenos, médios e grandes fornecedores de cana, cooperados da Coaf, ainda contaram com a distribuição inédita de R$ 8 milhões das sobras do faturamento das suas unidades matriz e filial.

Este é um pequeníssimo resumo da brava história da AFCP, porém uma grande homenagem aos seus dirigentes e ao dinamismo de todos os seus presidentes que passaram pela Associação, desde a fundação até os dias contemporâneos: Manoel Netto Carneiro C. Júnior (1944/1946), Sylvano Olympio de Queiroga (1946/1948), Benedito Silveira Coutinho (1948/1952) e José Vieira de Melo (1952/1954). Seguidos por Fausto da Silva Pontual Júnior (1954/1958), Luiz Gonzaga Xavier de Andrade (1958/1962), Francisco Alberto Moreira Falcão (1962/1974), Fernando Antônio de Albuquerque Rabelo (1974/1978), Antônio Celso Cavalcanti de Andrade (1978/1984) e Severino Ademar de Andrade Lima (1984/1986).  Dado continuidade pelos presidentes Antônio Cavalcanti de Andrade (1986/1989), Severino Ademar Andrade Lima (1989/1992), Antônio Celson Cavalcanti de Andrade (1992/1995), Manoel Antônio Soares Neto (1995/2011), José Maria de Andrade Filho (2011/2004), Ricardo Buarque de Gusmão (2004/2007) e de 2007 até a data atual, Alexandre Araújo de Morais Andrade Lima, em seu quinto mandato, até 2022.