Uma das principais culturas agro brasileiras, a canavieira, por exemplo, abrangente na Zona da Mata do Estado, formada por 97% de agricultores familiares, têm auxiliado na oferta de milhares de empregos e impostos, gerando renda e riquezas, além da produção de alimento e energia para dentro e fora do Brasil, e mais álcool 70º para o combate ao coronavírus. O destaque é feito pela AFCP em resposta à acusação do deputado João Paulo (PCdoB), quando atacou, generalizadamente, o agro, acusando de “provocar fome e miséria”, durante discurso na Alepe, na última quinta-feira (29)
“Não podemos e nem aceitaremos ser acusados de setor tóxico que contribui para a fome e destruição ambiental”, responde Alexandre Andrade Lima, presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de PE (AFCP). A entidade, que representa 7,1 mil agricultores deste ramo, sendo um dos principais segmentos do agro nacional, refuta a fala do deputado em todos os aspectos apontados e o orienta a conhecer melhor a realidade, iniciando pelo seu estado. O segmento canavieiro do estado, por sinal, é formado por 97% de agricultores familiares, cujo parlamentar diz que pretende apoiar em seu discurso na última semana.
O setor gera milhares de empregos e de impostos para as políticas públicas locais durante e antes da pandemia. Além disso, responde pela produção de açúcar e etanol para a nossa população e para fora de PE e do Brasil, melhorando, com isso, até a balança comercial interna, sendo positiva para toda a sociedade. Também produz e distribui álcool 70º para o combate ao coronavírus através das usinas produtoras. “Só no ano passado, a usina que presido, a Coaf em Timbaúba, doou mais de 12 mil litros às prefeituras, governo estadual, hospitais e quartéis da PM e bombeiros e outros espaços públicos”, destacou Andrade Lima.
Quanto à crítica ao uso de defensivos agrícolas, a AFCP considera que o parlamentar também demonstra desconhecimento técnico e legal sobre o assunto. “A nossa entidade, por sinal, desenvolve um trabalho reconhecido junto aos 7,1 mil canavieiros sócios no sentido de qualificar inclusive todos os profissionais que aplicam tais produtos aprovados pela Adagro e órgãos de vigilância nacional. A formação permanente tem como objetivo garantir o uso legal, correto e seguro para todos os trabalhadores envolvidos e seus familiares, como também a natureza. O advogado especialista em Direito do Trabalho, Filipe Brito, destaca que tal ação serve de exemplo e inspiração para as empresas de outros segmentos, não restritas ao setor agropecuário.
Além do combate com defensivos agrícolas, a AFCP também investe no controle biológico de pragas nos canaviais. Há anos, a entidade montou seu próprio laboratório, no Recife, para a produção de um fungo-verde, cientificamente chamado de Metarhizium Anisopliae para o controle da cigarrinha, esta costuma atacar bastante neste período do ano. O fungo é distribuído gratuitamente para todos os 7,1 mil canavieiros sócios e assim reduz biologicamente a praga na cana e eleva sua produção de açúcar.
“Além disso, o segmento canavieiro tem sido a vanguarda da proteção ambiental no Brasil, estando enquadrado no que tem de mais avançado hoje para a ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas globais. O setor responde por grande absorção de CO² da atmosfera, tendo sido reconhecido pelo RenovaBio (Lei Nacional dos Biocombustíveis de 2017), esta que é uma das legislações ambientais mais modernas do mundo neste quesito. Portanto, exigimos respeito e que possamos trabalhar junto pelo progresso de Pernambuco”, conclui Lima.