Dirigentes da Cooperativa Brasileira Agroindustrial (Coaf) que reabriu e gere a usina bioenergética na Zona da Mata Norte de Pernambuco, em Timbaúba, conheceram, da semana passada até este domingo (22), a força do cooperativismo de 1,5 mil canavieiros que impulsiona a produção da principal usina na Bolívia, a Guabirá em Santa Cruz de La Sierra. A unidade é responsável por 33% de toda a cana daquele país, garantindo uma moagem superior a qualquer usina em PE e a muitas do Brasil. O presidente da Coaf, Alexandre Andrade Lima, voltou entusiasmado com o que viu e busca a intercooperação entre os canavieiros desses países
Lima não descarta parcerias futuras nas áreas técnico-comerciais, em questões tecnológicas para cultivo da cana, a destacar o plantio em locais planos das propriedades dos cooperados. “Nos canaviais das 38 cooperativas de fornecedores da Guabirá, a maior parte da cana que chega à usina, uns 70% é crua, mecanizada da plantação ao corte. O solo é fértil e o custo de produção menor em comparação ao nosso. Apesar das limitações do relevo aqui em PE e em todo o Nordeste, talvez seja possível alguma parceria sobre máquinas neste sentido”, fala o dirigente.
Com essa força do cooperativismo, tendo umas cooperativas mais bem organizadas e atuantes que outras em defesa dos 1,5 mil canavieiros cooperados, a Guabirá, presidida por Carlos Rojas, tem batido recordes diários de produção. “Na última semana, por exemplo, os dirigentes da Coaf constataram a moagem de 21 mil toneladas de cana por dias seguidos – montante inimaginável de ser atingido pelas 13 usinas de PE, nem por muitas do Brasil”, observou o presidente da usina Coaf.
A safra boliviana está só no começo, mas, com tal desempenho, a Guabirá prevê 3 milhões de toneladas no seu final. Rojas garante que esse êxito resulta da união da unidade industrial e as cooperativas. No caso de Pernambuco, três das 13 usinas são regidas por cooperativas. Além da Coaf, há a CooafSul (Ribeirão) e a Agrocan (Joaquim Nabuco). As demais usinas ativas em PE moem com sua cana própria e recebem cana dos canavieiros, a maioria destes produtores rurais está vinculado à Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, mas eles não estão organizados em cooperativas como no exemplo exitoso na Bolívia.