O El Niño no Oceano Pacífico Tropical está ativo e costuma reduzir as chuvas na zona canavieira pernambucana. Mas, felizmente, não é isso que tem se visto. Um dos motivos é que o fenômeno está com fraca intensidade e lenta evolução. Dessa forma, não tem afetado o índice pluviométrico no local. Pelo contrário, pois o que existe mesmo é a ocorrência de chuvas em junho na região. E a causa principal são as águas aquecidas do Atlântico perto da costa do NE, de forma anômala para esta época do ano, como traz o boletim climático da Associação dos Fornecedores de Cana do Estado Pernambuco (AFCP). Isso tem levado a índices até acima da média em vários municípios, como em Água Preta (116%), e com taxa de 50% no menor deles, a exemplo de Goiana, mesmo estando apenas na primeira quinzena.
“A previsão para as próximas semanas, por sua vez, com base neste mesmo boletim, indica que somente ao chegar mais perto do final do mês é que deve haver uma redução pluviométrica. Mas, ainda assim, nada tão intenso que afete a média histórica de junho, que é a mais alta do ano”, tranquiliza Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP.
O próximo bimestre, no entanto, mesmo com o El Niño ativo, mas a depender de como ficará a sua evolução, bem como a situação da temperatura do Atlântico Tropical, a previsão da AFCP aponta que a chuva poderá até continuar dentro da média normal, que é chuvosa no período, porém, os modelos climáticos também indicam a possibilidade de ficar abaixo. Uma atualização da previsão será feita pelo meteorologista Alexandre Magno, no final de junho, início de julho, a fim de qualificar a informação.