O canavieiro pode receber mais por sua cana fornecida às usinas através do Renovabio (Lei Federal dos Biocombustíveis). Para isso, precisa, primeiro, certificar a sua matéria-prima dentro das regras ambientais desta legislação, que, quando a atualização da lei for concluída pelo Congresso Nacional a pedido da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), concederá os Créditos econômicos de Descarbonização (CBios). A expectativa é que já comece a pagar obrigatoriamente em 2025.
Assim sendo, de forma pioneira, a Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), em parceria com a JB Agroindústria, promoveu na última semana na usina, palestras de qualificação dos fornecedores de cana da unidade fabril, conduzidas por Jeruza Cavalcanti, que é a assessora Ambiental da entidade canavieira, em conjunto com a consultoria Vert ESG.
A iniciativa integra uma nova linha de ação da AFCP (do Setor Ambiental), presidida por Alexandre Andrade Lima. Além do trabalho da certificação ambiental da cana, que é uma nova exigência do Governo de Pernambuco, Jeruza também passou a liderar essa linha voltada para os canavieiros no RenovaBio.
A cana de açúcar certificada (primária) recebe mais com base no RenovaBio, mas é necessário se adequar às exigências do programa para maximizar a sua eficiência e rentabilidade. Para isso, a AFCP contratou a empresa Vert ESG para fornecer suporte técnico integral. A empresa é liderada por Gileno Guimarães, que prestará assistência aos fornecedores, auxiliando na organização das informações das propriedades rurais e na preparação para inclusão nas certificações das usinas, estas que repassarão os CBios (pago pelas distribuidoras) aos fornecedores de cana.
A engenheira cartógrafa, Márcia Macedo, professora doutora da Universidade de Pernambuco (UPE), e o engenheiro Florestal, Henrique Calixto, também integram a Vert, que se juntam à Jeruza para fornecer apoio técnico para os canavieiros interessados.
Guimarães destaca que esse processo de certificação leva em conta o perfil de cada fornecedor de cana, seja ele classificado como primário ou padrão, e utiliza dados específicos necessários para a adesão ao Renovabio. Esse trabalho da AFCP objetiva fazer justamente com que os canavieiros (todos) possam receber melhor pela cana.
“A iniciativa, portanto, assegura que os fornecedores de cana possam não apenas se adequar às exigências do RenovaBio, mas aproveitar ao máximo as oportunidades financeiras proporcionadas pela certificação de créditos de carbono”, diz Andrade Lima.