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Apesar da seca e pandemia, Coaf aposta na produção de açúcar e salva safra

De olho no mercado consumidor, em plena crise do coronavírus e diante da seca nos canaviais que antecipou o fim da moagem há poucos dias, a usina cooperativada em Timbaúba apostou na troca do mix e priorizou o açúcar ao etanol, fabricando 461 mil sacos ao invés dos 100 mil previstos. A aposta também resultou no incremento de 30% dos postos de trabalho

Com 350 trabalhadores na fábrica e mais 4,5 mil nos canaviais dos cooperados, a usina da Cooperativa dos Fornecedores de Cana (Coaf), antiga Cruangi em Timbaúba, terminou esta semana a moagem iniciada em setembro do ano passado. A safra se encerrou um mês antes do previsto por conta da seca que afetou o rendimento agrícola e também o industrial. Assim, a moagem atingiu 750 mil toneladas de cana, quase 13% a menos da safra anterior.  Apesar disso, em função da arrojada decisão em apostar na fabricação de açúcar pela 1ª vez, reduzindo sua prioridade na produção do etanol, a direção da unidade conquista agora bons resultados, devendo chegar ao faturamento de R$ 244,6 milhões.

“Iniciamos a safra com o desafio da pandemia, onde nos reinventamos e inovamos com a ampliação do mix através da produção de álcool 70º e álcool em gel. Depois, enfrentamos a seca no campo, mais um problema que demandaram amplas mudanças em sintonia com o mercado interno e externo onde quase 50% dos 461 mil sacos de açúcar foram exportados. Nossa previsão no início da safra era produzir apenas 100 mil sacos, uma vez que era a primeira vez que seria produzido na Coaf, depois de cinco safras seguidas produzindo somente etanol e cachaça”, conta Alexandre Andrade Lima, presidente da Coaf, que tem 1,7 mil cooperados na sua unidade matriz Matriz no Recife e na usina.  

O gestor acredita que tudo deu certo, principalmente diante da união dos cooperados. E na prática houve até mais agricultores fornecendo cana para usina em Timbaúba nesta safra. Essa questão foi fundamental para amenizar o déficit da matéria-prima diante da seca, alcançando 750 mil toneladas, 50 mil a menos das 800 mil previstas para a safra atual”, fala.

A aposta no açúcar ante ao etanol, este ainda com 39 milhões de litros produzidos, sendo uma parte voltada para produção do álcool 70º e em gel, também geraram benefícios socioeconômicos. O açúcar demanda mais gente na produção, elevando em 30% o número de contratações na safra, movimentando a economia da região com R$ 6,4 milhões só com salários dos trabalhadores e encargos, além de R$ 6,5 milhões de ICMS.

A unidade ainda se destacou no rendimento produtivo, devendo ficar entre as três usinas mais eficientes quanto à fabricação de açúcar em PE, atingindo uma média de quase 109 kg por tonelada de cana. A ATR – Taxa de Açúcar Recuperável (indicador qualitativo para calcular o valor da cana do agricultor) também teve destaque, alcançando uma média de 138,947. Outro destaque foi a produção de aguardente. Dobrou em relação à última safra. Subiu de 7,7 milhões de litros para 15 milhões. Ainda faturou com todos os subprodutos da produção, como bagaço da cana, torta e melaço.

Distribuição do faturamento

Por se tratar de uma cooperativa, a usina Coaf também já se prepara para a distribuição das sobras do faturamento da safra que deve chegar a R$ 244,6 milhões do exercício de 2020. A partilha é feita com todos cooperados que forneceram cana para a usina na safra. “Realizaremos uma assembleia com todos no próximo mês. Vamos decidir justamente de quanto será a sobra para ser dividida”, diz Lima. E o bônus virá em boa hora, sobretudo diante da queda de rendimento agrícola dos fornecedores de cana durante a safra devido à seca. A redução média foi de 12,8% em comparação à safra passada.

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