Embora tenha previsão de recorde na moagem (900 mil ton), a usina da Cooperativa Agroindustrial dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (Coaf) precisará ter um rendimento também elevado na produção para superar desafios diante da queda do preço do etanol em função de medidas tributárias e, assim, garantir um bônus arrojado da cana a seus cooperados, conforme foi aprovado em assembleia ontem (22)
A usina Coaf (Timbaúba/PE) inicia sua safra nesta terça-feira (23), com uma previsão de moer 900 mil ton. A unidade está em operação desde a safra 2015/16, por iniciativa e gestão dos fornecedores de cana da região. Neste período, sempre se destacou dentre as principais usinas de PE e do país com melhor pagamento pela cana. A história deve se repetir nesta nova safra. Aprovou na assembleia dos cooperados um bônus arrojado, visando a garantia da sobrevivência daqueles que trabalham com cana.
“Também foi destacado que precisa ter o empenho de todos em busca do rendimento redobrado em resultados no campo e na usina, principalmente pela queda do preço do combustível em função das medidas de redução tributária, com o etanol quase sem demanda, o que atrapalha a liquidez das produtoras do biocombustível, sobretudo nas usinas onde o etanol vinha sendo prioridade nas últimas safras, como no caso da Coaf”, fala Alexandre Andrade Lima, presidente da cooperativa dos canavieiros.
Dessa forma, a Coaf se reinventa de novo e inverterá seu mix na safra, priorizando a produção de açúcar ao invés do etanol hidratado. A unidade elevará também a sua fabricação de cachaça e inovará com a produção de etanol anidro, este misturado na composição da gasolina nos postos.
O planejamento da Coaf é de fabricar 54,5 mil toneladas de açúcar ante as 17,1 mil toneladas na safra anterior. A produção de cachaça deve dobrar, subindo dos 14,5 milhões de litros (safra passada) para 30 milhões na atual. O etanol hidratado, por sua vez, terá uma redução significativa. A unidade baixou a programação da fabricação para 5 milhões de litros. Foram 40 milhões de litros na última safra. A aposta no biocombustível será maior no etanol anidro. Passará a produzir a partir desta safra e com uma previsão de 15 milhões de litros.