Paulo Camara enfrentará manifestação de canavieiros e trabalhadores de uma usina que estava programada para ser reativada na Mata Sul. O motivo do protesto é porque a usina, somente esta unidade no estado, foi surpreendida com a decisão do governo negando os benefícios de leis fiscais vigentes e já concedidos para outras usinas com as suas mesmas características. A manifestarão é puxada pela Associação dos Fornecedores de Cana de PE e pelos responsáveis pela reabertura da usina e conta com apoio da União Nordestina dos Plantadores de Cana
Na próxima terça-feira (1º), o setor canavieiro pernambucano, liderado pela Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), promete deixar a Zona da Mata em direção ao Palácio do Campo das Princesas, no Recife, sede do Governo Estadual. O segmento informa que realizará a manifestação contra a nova postura do governador Paulo Camara que, segundo eles, prejudicará o desenvolvimento de cidades com vocação econômica canavieira ao restringir somente para nova usina Cooaf-Sul os benefícios fiscais de leis estaduais voltadas a usinas cooperativadas por agricultores. “A reativação da antiga usina Estreliana, em Ribeirão, pela cooperativa Cooaf-Sul, contava com o apoio prévio do governador”, explicam.
“Nossa reivindicação é que o governador reveja o impeditivo criado agora e somente para a CooafSul, mesmo com os benefícios das leis 16.505/18 e 15.584/15 vigentes até 2022” diz Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP. Estas legislações criadas pelo governador revolucionaram o setor sucroenergético nas esferas estadual e nacional, pois permitiu a reabertura de usinas em PE, enquanto várias fecharam no Brasil desde 2015. De forma prática, tais leis estimulam que os plantadores de cana formem suas cooperativas, arrendem e reativem várias usinas fechadas, ajudando assim no aquecimento do comércio do local, gerando milhares de empregos diretos e indiretos e milhões de reais em ICMS de volta para PE através da produção de açúcar e etanol pelas usinas cooperativadas.
Em Pernambuco, por exemplo, já existem duas cooperativas que demonstram os efeitos socioeconômicos positivos para toda Zona da Mata por conta dessas legislações fiscais em favor do cooperativismo do setor sucroenergético no estado. São elas: a Coaf que reativou em 2015 a usina Cruangi em Timbaúba, e a Agrocan que reabriu em 2014 a usina Pumaty em Joaquim Nabuco. Juntas, geraram 7,5 mil postos de trabalho diretos nos parques fabris e nos canaviais dos milhares de cooperados. Na safra passada, geraram mais de R$ 20 milhões em impostos para Pernambuco.
“Esperamos que o governo retome o seu perfil de grande incentivador das usinas cooperativadas pelos fornecedores de cana e não exclua Ribeirão e entorno dos mesmos benefícios para CooafSul, previstos em leis vigentes, de modo a viabilizar a usina para que possamos promover em nossa região os mesmos avanços socioeconômicos para população, conforme os já verificados nos locais onde estão a Coaf e a Agrocan”, reivindica Carlos Antônio Cézar (Cacá), que é o presidente da CooafSul.
Em vídeo endereçado a todas Associações de Plantadores de Cana nos estados produtores do NE, o presidente da União Nordestina da classe, José Inácio, convoca as entidades e o segmento para aderirem ao protesto em defesa da igualdade dos benefícios da lei para a Cooaf-Sul. Inácio garante que estará na manifestação ao lado da direção da AFCP e dos agricultores e trabalhadores envolvidos nesta cooperativa. “Tenho esperança que Paulo Câmara, governador socialista e que pensa nos pequenos produtores rurais e trabalhadores continuará estimulando o emprego, a renda e o desenvolvimento socioeconômico”, realça Inácio.
Boa noite,
Um ativo político importante a relação dos fornecedores de cana independentes(órgãos de classe) com o governo estadual. A manifestação apesar de ser legítima, é um tiro no pé da classe. Não se deve confrontar governo, nessa briga, geralmente quem perde é o produtor. O diálogo é o melhor caminho.