Nesta quinta-feira (2), a usina Coaf em Timbaúba benefíciou os fornecedores de cana cooperados com a partilha extra dos resultados positivos da safra, que moeu 800 mil toneladas. Pagou R$ 1,2 milhão em Crédito de Descarbonização (CBios) derivados sobretudo pelo etanol anidro produzido. O montante representa 100% dos CBios emitidos através da fabricação do etanol.
“O valor poderia ser maior se o anidro produzido na usina estivesse certificado no RenovaBio pela ANP há mais tempo, como o etanol hidratado, este pouco produzido devido ao baixo preço no mercado consumidor”, diz Alexandre Andrade Lima, presidente da Coaf. A usina fabricou 10,7 milhões de litros de anidro, 1 milhão de hidratado, 21 milhões de litros de cachaça e 1,03 milhões de sacos de açúcar de 50 kg.
Outro fator de não ter sido maior o CBios na Coaf foi que o mix da usina foi mais açucareiro por conta dos bons preços no mercado internacional. Mas açúcar não gera CBios. A Coaf é uma das poucas no país que paga 100% de CBios ao canavieiro, mesmo com o assunto ainda em debate na Câmara Federal, através do Projeto de Lei 3149/20, que trata da obrigação das usinas pagarem o crédito ao fornecedor.
O deputado federal Benes Leocádio, que é relator do PL, defende que seja pago pelo menos 80% de CBios. Conta com o apoio da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), Confederação Nacional da Agricultura (CNA), União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) e demais entidades dos setores de biomassas dos biocombustíveis.
O projeto já passou pela Comissão de Agricultura da Casa e encontra-se em fase de votação na Comissão de Minas e Energia. A Feplana, com a liderança do deputado relator, tenta um último acordo com o setor industrial, antes de colocá-lo em votação definitivamente. O PL tem o apoio de grande número de deputados.