Apesar da certificação, o mix da Coaf para a safra 2020/2021 será mais açucareiro devido à queda do preço do etanol praticado no mercado por conta dos efeitos da Covid-19 e da redução significativa do petróleo
Na sexta-feira (24), a Agência Nacional do Petróleo (ANP) certificou a usina da Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (Coaf) no Programa de Biocombustíveis (RenovaBio). Com isso, a unidade poderá emitir créditos de descarbonização com base na sua produção de etanol em cada safra. A usina cooperativada, fica em Timbaúba, Zona da Mata Norte do estado.
A Coaf entra agora em outro fase para conseguir receber financeiramente pelos CBios quando foram emitidos com base na sua produção do etanol anidro e hidratado. A expectativa da direção da cooperativa é de que tudo esteja finalizado até meados da safra 2020/2021, quando a usina estará em moagem. Pelo modelo do RenovaBio, as usinas emitem CBios e as distribuidores os negociam na bolsa de valores. O valor dos CBios estará condicionado às variações das cotações deste mercado, mas também a critérios técnicos ambientais atrelados ao sequestro de gás carbônico da atmosfera e menor emissão de CO² no processo agroindustrial do etanol.
“Na última safra, produzimos mais de 73 milhões de litros de etanol. A nova safra começa em setembro. Já iniciamos o apontamento da usina. Mas, apesar da certificação da Coaf enquanto emissora de CBios, nosso mix será mais açucareiro devido ao baixo preço do etanol praticado no mercado, afetado pela queda do consumo diante da Covid-19 e pela concorrência frente à gasolina, que sofre desvalorização diante da baixa do petróleo”, adianta Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP e da cooperativa. Desde 2017, dois anos após o arrendamento e reativação da usina em Timbaúba, a cooperativa lançou o açúcar da marca AguAzul, nome dado em homenagem a um manancial hídrico nas terras da unidade.